No ano de 2022, o conjunto de atividades que representam a bioeconomia brasileira registrou um total de US$ 162,6 bilhões em exportações.
Bioeconomia é a ciência que estuda os sistemas biológicos e os recursos naturais, aliados à utilização de novas tecnologias, com o propósito de criar produtos e serviços mais sustentáveis. Em outras palavras, é modelo de produção industrial baseado no uso de recursos biológicos.
O Brasil é dono da maior biodiversidade de flora e fauna do planeta e, racionalmente explorados, esses recursos podem contribuir efetivamente à alavancagem da bioeconomia nacional. Já temos notado essa potencialidade do país no segmento.
É o que indica estudo realizado pelo Observatório de Bioeconomia da FGV. No ano de 2022, o conjunto de atividades que representam a bioeconomia brasileira registrou um total de US$ 162,6 bilhões em exportações, valor muito superior aos US$ 37,9 bilhões das importações.
O saldo comercial foi positivo, em US$ 124,7 bilhões, e é 49,4% superior ao obtido em 2021, quando chegou ao valor de US$ 83,4 bilhões. Em 2022, obtivemos o maior resultado registrado desde o início da série histórica, em 1997.
A agricultura, atividade de produtos com viés eminentemente biológicos, registrou saldo positivo de US$ 69,4 bilhões, no comércio internacional. Logo atrás, tivemos a bioindústria, no que se inserem atividades também de matriz agro, como o refino de açúcar, produção de papel e celulose e biocombustíveis, com saldo de US$ 63,9 bilhões.
As exportações da bioeconomia, como um todo, representaram 45,8% do total comercializado pelo Brasil em 2022 e 13,8% das importações. Os resultados derivam da elevada competitividade dos produtos de origem agrícola, pecuária e da indústria de alimentos, além de outros setores com insumos de origem vegetal. A elevação do preço das commodities, devido ao conflito Rússia-Ucrânia, também impactou o resultado.
O fortalecimento da multifuncionalidade da agricultura brasileira, com o consequente estímulo ao vínculo entre agricultura e indústria, bem como, a redução do tempo do fluxo de transformação entre conhecimento-tecnologia-informação, apoia o desenvolvimento do setor, a diminuição dos impactos ambientais e estimula a adoção de práticas sustentáveis que, ainda, agregam valor ao agro brasileiro.