A Embrapa quer contribuir para a criação de métricas oficiais, capazes de medir a sustentabilidade ambiental, social e econômica da produção agropecuária brasileira.
A busca é por desenvolver modelos e índices capazes de comprovar, cientificamente, o que já é feito no campo e orientar melhorias aos produtores.
A ideia da estatal é reunir as informações em uma plataforma de dados, em modelo similar ao operado com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). Essa plataforma deverá servir de base à criação de política públicas pelo Ministério da Agricultura.
O ZARC reúne informações de solo, clima e cultivares para indicar melhores condições de cultivo de determinadas culturas agrícolas em todo país e surgiu de projeto de pesquisa da estatal.
Segundo a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, o desafio da gestão está nas métricas. Ter métricas oficiais apoiará ações do governo e será capaz de mostrar que a produção brasileira é sustentável em seus três pilares.
O Ministério da Agricultura deve, ainda, colocar em consulta pública a proposta de criação de Programa Nacional de Cadeias Agropecuárias Descarbonizadas – Programa Carbono + Verde, para avançar na definição desses parâmetros.
A proposta da Embrapa se assenta em ter o Brasil evoluído muito em questões ambientais e na adoção de práticas sustentáveis sem que, porém, tenhamos a real mensuração disso. Medir os avanços permite mostrar ao mundo um panorama mais concreto de ações positivas e melhoras obtidas.
O principal desafio estará na validação científica dos dados; processo demorado e que depende de revisão internacional de outros pesquisadores. O sucesso da agropecuária brasileira vem de sua base em ciência e tecnologia.
Ainda, um dos possíveis usos aos índices está na formulação do Plano Safra e nas diretrizes para redução de juros de crédito, vinculada à adoção de práticas sustentáveis.