Breves Considerações
- O desenvolvimento e produtividade do milho exige calor e umidade, sendo planta característica de clima tropical. Seu cultivo deve ser realizado em regiões com boa distribuição de chuva, temperatura média diária no verão maior que 19 ºC e solo com temperatura acima de 10 ºC.
- A rotação de cultura entre uma leguminosa (soja) e uma gramínea (no caso, o milho) é importante prática utilizada no país para aumento da eficácia produtiva das áreas cultivadas. A rotação reduz a profusão de pragas e melhora as condições físicas do solo para a cultura seguinte.
- No Brasil, o plantio é feito em duas épocas:
(i) Primeira safra, ou plantio de verão, realizado na época tradicional, entre o fim de agosto, na região Sul, até os meses de novembro e dezembro, no Sudeste e Centro-Oeste. Na região Nordeste, essa ocorre no início do ano.
(ii) Segunda safra, ou safrinha, sendo o milho de sequeiro, é plantado extemporaneamente nos meses de fevereiro até final de março, quase sempre após a soja precoce. É observado especialmente na região Centro-Oeste e nos estados do Paraná e São Paulo.
- Exportações globais de milho – Safra 2021/2022
1. Estados Unidos – 62,0 milhões de toneladas
2. Argentina – 41,5 milhões de toneladas
3. Brasil – 34,0 milhões de toneladas
4. Ucrânia – 24,5 milhões de toneladas
Fonte: Nidera
- Produção de milho por região no Brasil – Safra 2021/2022
1. Centro-oeste – 64.210,1 mil toneladas
2. Sul – 21.467,9 mil toneladas
3. Sudeste – 12.059,3 mil toneladas
4. Nordeste – 10.737 mil toneladas
5. Norte – 4.659,3 mil toneladas
Fonte: Conab 2023
- Produção de grãos no Brasil – Safra 2021/22
1. Soja – 125.549,8 mil toneladas
2. Milho – 113.133,6 mil toneladas
3. Arroz – 10.788, 8 mil toneladas
4. Trigo – 7.679. 4 mil toneladas
5. Algodão (caroço) – 3.719,9 mil toneladas
Fonte: Conab 2023
Assim,
O milho tecnicamente, como gênero e espécie Zea Mays, é uma das plantas mais antigas e cultivadas na América Central. Até a descoberta da América, em 1492, o milho protagonizava a base alimentícia dos indígenas, cultivado desde a Argentina até o Canadá. Com o início das Grandes Navegações, no século XV, o cereal foi disseminado para Espanha, Portugal, França e Itália e posteriormente espalhado por todo o continente europeu, asiático e norte africano. Atualmente há registros de sua cultura ao redor de todo o globo, com exceção às regiões que não dispõem de condições necessárias para que essa ocorra.
Não se conhece um Brasil dissociado do milho. Presente desde os primeiros registros de agricultura no país, atualmente compõe o ranking de cultivo e exportações brasileiras, ficando atrás apenas da Soja. Devido à sua relevância como alimento e característica tropical de plantio, é cultivado na maioria das propriedades rurais do Brasil. O êxito da produção brasileira se explica, há muito, peloforte apoio governamental, via política de garantia de preços mínimos em 1945, regulamentada em 1951, quando passou a operar efetivamente através das Aquisições pelo Governo Federal e dos Empréstimos do Governo Federal.
Atualmente, podemos apor outros vetores que impulsionam a produção e, principalmente, exportação do milho do Brasil, entre eles: (i) o crescente desenvolvimento tecnológico nos campos; (ii) o “fator China”, à conta da aprovação das importações brasileiras do cereal pelo país asiático, sendo destino de 1,165 milhão de toneladas de milho do Brasil em 2022; (iii) os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia, países que se posicionam entre os 10 maiores produtores mundiais de milho, favorecendo a competitividade brasileira no mercado e exterior; e (iv) condições climáticas adversas que influenciaram negativamente a produção dos Estados Unidos e Argentina, diminuindo consideravelmente a produção desses países.
Frente a esse cenário e de acordo com os cálculos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês), espera-se que nesta Safra 2022/23 o Brasil volte a liderar as exportações mundiais de milho. Se confirmado, o volume superará em 60% o da safra anterior, se aproximando a 50 milhões de toneladas. Os Estados Unidos, por sua vez, deverão comercializar ao mercado externo apenas 49 milhões de toneladas do cereal, volume 22% menor ao da Safra 2021/22. As especulações refletem a grande potência e protagonismo do Brasil como exportador de grãos, além de ressaltar relevância e protagonismo na segurança alimentar mundial.